segunda-feira, 8 de novembro de 2010

                                           
                                   sã
         

                                                          
sã                                                                                                 sã.

                                   
   
        má
                                                                    sã
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sábado, 2 de outubro de 2010

depois do filme "A Mosca"

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experimentar ascender ao panteão divino
pralém do humano vir-a-ser potência suprema
depois é o corpo que engana, coisa orgânica
não acompanha a vertigem da viagem e subitamente
queda ou monstruosamente se transforma
uma variável a mais, talvez uma variável a menos




se saber o que me trouxe aqui
me trouxesse de volta o que perdi



porque eu só queria agora pôr os pés firmes no chão
e não sentir o sangue da onça doente que matei me atravessando as entranhas
e me fazendo sentir o corpo inchar como o de um porco na água quente

luto por lembrar o direito
nome das coisas de quando sabia ser humano



.



uma mosca de 84kg expele um vômito
ácido que corrói seu braço em poucos minutos
por isso,
mais respeito com os insetos, bicho



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esta noite, em uma cidade de pedra
feita de becos, escadarias, copas e muros
reunirão-se os gatos
afim de conservarem sua humanidade
praticando.



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quinta-feira, 20 de maio de 2010

as águas e o espelho

,


o espelho não...
não este espelho inflexível, civilizado
este objeto reto e constante que para escorrer no tempo
atropela o meu tempo, indiferente
geométrico

nesta matéria trabalhada
destino selado de seu outro lado:
agarra-se o objeto pelas costas sem cabelos
os dedos firmes
  de quem quer o que já se espera
penduro na parede um quadro
o mesmo quadro hoje e amanhã
momento detido no curso
não respiro para ver melhor
isso não, mortifica-me a cada micro-instante.
um espelho não deve cair

mas dentro dos meus olhos de pedra
um fogo
e o meu corpo de água
dispersa-se no infinito
não quer estática a matéria cuja
fluidez pede o movimento de um rio
ou um poço de fundo turvo ou calmo-límpido
lugar onde
  sonha a imagem transformadora
onde a qualquer momento salta um peixe,
nasce uma flor, mergulha um narciso.






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segunda-feira, 17 de maio de 2010

tempo está em cada corpo

na matéria fluida fluxo líquido rio vez ou outra apegar-se à margem

agarrá-la pelos cabelos

e, largando o corpo aos poucos nesse rio disssolver-se mais lento que o tempo geral mas sempre indo contínuo

terça-feira, 4 de maio de 2010

complexo de prometeu

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Música do Fogo
comidas, danças, magias
guerras e químicas do Fogo
(o fogo é do bem, o fogo é do mal)

em toda parte humanos usam o Fogo
transforma veloz as coisas do mundo
além de tudo, o Fogo é um ser social.




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quinta-feira, 25 de março de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

extensões (até onde o corpo alcança)

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eu poderia sair pelo mundo
conhecendo o verde das árvores e dos campos,
ouvindo o comunicar dos pássaros,
experimentando o sabor das frutas,
sentindo na pele o vento que vem do deserto,
poderia sair pelo mundo
aprendendo outras línguas e inventando nome pros mais estranhos bichos;

eu poderia ser Alexandre ou Jesus.

mas eu tenho uma geladeira;




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segunda-feira, 22 de março de 2010

Espantapájaros - 7

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!
Todo era amor... amor! No había nada más que amor. En todas partes se encontraba amor. No se podía hablar más que de amor.
Amor pasado por agua, a la vainilla, amor al portador, amor a plazos. Amor analizable, analizado. Amor ultramarino. Amor ecuestre.
Amor de cartón piedra, amor con leche... lleno de prevenciones, de preventivos; lleno de cortocircuitos, de cortapisas.
Amor con una gran M, con una M mayúscula, chorreado de merengues, cubierto de flores blancas...
Amor espermatozoico, esperantista. Amor desinfectado, amor untuoso...
Amor con sus accesorios, con sus repuestos; con sus faltas de puntualidad, de ortografía; con sus interrupciones cardíacas y telefónicas.
Amor que incendia el corazón de los orangutanes, de los bomberos. Amor que exalta el canto de las ranas bajo las ramas, que arranca los botones de los botines, que se alimenta de encelo y de ensalada.
Amor impostergable y amor impuesto. Amor incandescente y amor incauto. Amor indeformable. Amor desnudo. Amor-amor que es, simplesmente, amor. Amor y amor... !Y nada más que amor!



Oliverio girondo, 1932

sexta-feira, 5 de março de 2010

direção infinito













para o tempo somos a mesma geração.


lembra daquela música?

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     deu."

sábado, 27 de fevereiro de 2010

esboço pra um começo






dessa
. quando partir
não faça força
é que a sensação será a mesma
dessa
. quando partir
não se apegue
perceba que está sonhando
e lance os olhos pelo ar

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

agora
nada parece eterno
nem um namoro
nem um término;