Quatro da manhã estival.
O sono de amor permanece.
Nos arbustos desaparece
O perfume do festival.
Ao sol das Hespérides vão
Os Carpinteiros, na rotina
Da distante e vasta oficina.
Em mangas de camisa estão.
Calma e rugosa solidão
É a deles, fazendo os preciosos
Lambris, nos quais céus fantasiosos
Os citadinos fitarão.
Deves, Vênus, abandoná-los,
Os teus coroados Amores,
Por esses bons trabalhadores,
De um rei babilônio vassalos.
Banho de mar ao meio-dia
Vão tomar os trabalhadores.
Dá-lhes, Rainha dos Pastores,
Dessa aguardente que alivia.
Jean-Arthur Rimbaud em Delírios - II, Alquimia do Verbo
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