quarta-feira, 15 de abril de 2009
domingo, 12 de abril de 2009
exercícios
Eu vi um menino correndo.
Eu o vi em meio a objetos,
um menino e seus objetos,
um abstrato num palco concreto.
.
E também vi o excesso comendo
as casas do meu bairro e em pouco
tempo erigindo um antigo progresso
de prédios mais altos de novo.
Mas ainda vi o mato imenso abrindo
caminhos após nosso efêmero rito.
Tomando espaços completos e mais:
curtindo as absurdas flores austrais.
aPonta do MC
A ponta do MC queimou na boca de Elomar nas barrancas do rio Gavião, eu tava lá e foi mais ou menos assim:
.
viola
violeiro
vai ter
que
violar
.
enquanto encontro um velho amigo
cantando toda a minha mudernagem
eu viro um antigo violeiro
servindo à parte party da cidade
pois um Homem sabe bem o que sinto, na madrugada o frio é um fardo pesado
virge maria que ouve bem o que eu digo, se for mentira me manda um castigo.
ah... pois prum MC e prum violeiro
só há três coisas que nos deixa bão
umsom, umaponta acesa e um candeeiro
e se a ponta num tá presa nóis nunca seremo são!
se um dia eu tiver que viver só internetligado
um dia antes desse dia eu morro
a vida aqui não é nada obrigado
e isso eu li num livro safado
que a lida dessa vida é uma viagem e cada um dá conta de seu passado
virge maria que ouve bem o que eu digo, se for mentira me manda um castigo.
ah... pois prum MC e prum violeiro
só há três coisas que nos deixa bão
umsom, umaponta acesa e um candeeiro
e se a ponta num tá presa nóis nunca seremo são!
.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
exercícios
sábado, 4 de abril de 2009
sexta-feira, 3 de abril de 2009
ainda o vinho
Quatro da manhã estival.
O sono de amor permanece.
Nos arbustos desaparece
O perfume do festival.
Ao sol das Hespérides vão
Os Carpinteiros, na rotina
Da distante e vasta oficina.
Em mangas de camisa estão.
Calma e rugosa solidão
É a deles, fazendo os preciosos
Lambris, nos quais céus fantasiosos
Os citadinos fitarão.
Deves, Vênus, abandoná-los,
Os teus coroados Amores,
Por esses bons trabalhadores,
De um rei babilônio vassalos.
Banho de mar ao meio-dia
Vão tomar os trabalhadores.
Dá-lhes, Rainha dos Pastores,
Dessa aguardente que alivia.
Jean-Arthur Rimbaud em Delírios - II, Alquimia do Verbo
a lua do Persa
Volte em minha voz a métrica do Persa
A recordar que o tempo é a diversa
Trama de sonhos ávidos que somos
E que o secreto Sonhador dispersa.
Volte a afirmar que é a cinza, o fogo,
A carne, o pó, o rio, a fugitiva
Imagem de tua vida e de minha vida
Que lentamente se nos vai de logo.
Volte a afirmar o árduo monumento
Que constrói a soberba é como o vento
Que passa, e que à luz inconcebível
De Quem perdura, um século é momento.
Volte a advertir que o rouxinol de ouro
Canta unicamente no sonoro
Ápice da noite e que os astros
Avaros não prodigam seu tesouro.
Volte a lua ao verso que tua mão
Escreve como torna no temporão
Azul a teu jardim. A mesma lua
Desse jardim há de te buscar em vão.
Sejam sob a lua das ternas
Tardes teu humilde exemplo as cisternas,
Em cujo espelho de água se repetem
Umas poucas imagens eternas.
Que a lua do Persa e os incertos
Ouros dos crepúsculos desertos
Voltem. Hoje é ontem. És os outros
Cujo rosto é o pó. És os mortos.
Jorge Luís Borges
................ ................... ..................
94.
A lua do Ramazan
Acaba de aparecer.
Amanhã o sol banhará
Uma cidade silente.
Os vinhos dormirão quietos
Em suas urnas, e à sombra
Dos bosques repousarão
Tranqüilas as raparigas.
Rubaiyat - Omar Khayyam (séc XI). trad. Manuel Bandeira (séc. XX)
sobre os Rubaiyat
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Sê
quarta-feira, 1 de abril de 2009
sim
Ilha que leva minha vila embora.
Maníacos por parque, filhos das letras quaisquer.
querem meu sangue animal? querem meu tempo digital?
.2005. ontem e hoje.