quinta-feira, 20 de maio de 2010

as águas e o espelho

As águas e o espelho

O espelho, não.
Não esta lâmina civilizada,
este ângulo reto que amputa o tempo,
esta prisão onde penduro
quadros que não sangram.

Agarro seu dorso liso —
mãos que tateiam
o que já sabem encontrar —
e resisto.
Um espelho não deve cair:
imagens se cruzam em
seus pedaços.

Até que a pedra em meus olhos
aceite o fogo que a desafia,
e meu corpo, enfim,
desate-se em rio
que ignora margens.

Não quero a estátua
que o espelho cultiva.
Quero o poço onde
um peixe salta,
uma flor desabrocha,
um narciso se entrega.

Água viva
que devora
meu reflexo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

tempo está em cada corpo

na matéria fluida fluxo líquido rio vez ou outra apegar-se à margem

agarrá-la pelos cabelos

e, largando o corpo aos poucos nesse rio disssolver-se mais lento que o tempo geral mas sempre indo contínuo

terça-feira, 4 de maio de 2010

complexo de prometeu

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Música do Fogo
comidas, danças, magias
guerras e químicas do Fogo
(o fogo é do bem, o fogo é do mal)

em toda parte humanos usam o Fogo
transforma veloz as coisas do mundo
além de tudo, o Fogo é um ser social.




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